Infelizmente, não há verba suficiente para manter o programa Ciência sem Fronteiras, que já levou milhares de estudantes para estudos no exterior. O governo divulgou que ao longo do programa concedeu mais de 100 mil bolsas desde a sua criação e o total gasto com o programa pela União em quatro anos foi de mais de 6,4 bilhões.
Em 2015, a União injetou 3,7 bilhões para o programa, mas o dinheiro não foi suficiente para a manutenção do mesmo. Outro motivo divulgado que foi responsável pelo encerramento do programa foi a baixa proficiência dos candidatos na língua inglesa.
O governo tinha feito algumas modificações no segundo semestre de 2016 de forma a enxugar o número de bolsas de estudos concedidas, além de reduzir os custos. Foram excluídos editais dos cursos de graduação que contabilizavam cerca de 79% (setenta e nove por cento) das bolsas.
No programa Ciência Sem Fronteiras, quando havia disponibilidade de bolsas para estudar no Reino Unido e nos Estados Unidos, por exemplo, o candidato tinha que realizar antes de viajar, um curso de inglês a fim de contar com a fluência do idioma para compreensão das aulas da Universidade no exterior.
Em relação aos 4 mil (quatro mil) estudantes que ainda estão estudando no exterior por intermédio do Programa Ciência Sem Fronteiras, eles permanecerão tendo direito ao recebimento do subsídio da União, que também manterá em vigor os editais de pós-graduações já divulgados. Todavia, a abertura de novas vagas estão descartadas.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou que uma bolsa de estudo ao exterior chegava a custar o equivalente a um curso superior integral de quatro anos aqui no país para três alunos. E também com o montante gasto para financiar 30 mil estudantes ao exterior, seria suficiente para pagar merenda escolar para 40 milhões de estudantes da educação básica.
Todavia, o fim deste programa representa um retrocesso na questão acadêmica, pois aproximadamente 90% (noventa por cento) dos estudantes bolsistas estudavam em universidades públicas, além de 26% serem de etnia negra e 25% (vinte e cinco por cento) vinham de família com renda mensal de até três salários mínimos.
Por Anneliese Gobbes Faria
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